A mais nova loja da Louis Vuitton, projetada por Frank Gehry e Peter Marino, acaba de ser inaugurada na capital sul-coreana de Seul. Celebrando a herança histórica da arquitetura e da cultura dom país, o ousado projeto de Gehry e Marino se apresenta em forma de uma tortuosa fachada de vidro sobre um cubo branco.
Situado no bairro de Cheongdam-Dong, no distrito de Gangnam, o edifício da Louis Vuitton é o primeiro projeto construído por Gehry na Coréia do Sul. Com uma parceria duradoura e de longa data, o arquiteto americano foi responsável pelo projeto do Museu de Arte e Centro Cultural da Louis Vuitton em Paris. Dando sequencia a esta colaboração, Frank Gehry desenvolveu o projeto de uma estrutura que procura enfatizar a forte conexão que a Louis Vuitton construiu com a capital sul-coreana ao longo das últimas décadas. Em parceria com o arquiteto americano Peter Marino, o qual se dedicou ao projeto dos espaços interiores, Gehry buscou inspiração tanto nas formas agudas de seu projeto para a LV em Paris, quanto em elementos da arquitetura histórica coreana “como a Fortaleza de Hwaseong, construída no século XVIII, assim como no movimento das peças de vestuário Dongnae Hakchum.”
O que mais me impressionou quando visitei Seul pela primeira vez, quase vinte e cinco anos atrás, foi a sua relação entre a arquitetura e a paisagem natural. Ainda me lembro claramente em como fiquei impressionado quando visitei o jardim do Santuário Jongmyo […] Fico muito feliz por ter tido a oportunidade de projetar a nova sede da Louis Vuitton nesta cidade, um edifício que procura refletir os principais valores tradicionais da cultura sul-coreana. -- Frank Gehry
Implantado no mesmo local da antiga loja da Louis Vuitton, a fachada frontal do edifício foi totalmente coberta por vidro, criando uma espécie de “ante sala que dá acesso a uma série de terraços cobertos que se sobrepõe para dar forma à nova imagem corporativa da Louis Vuitton em Seul”. Pousando suavemente sobre um cubo branco e maciço, estes elementos de vidro proporcionam uma forte sensação de leveza. Os espaços interiores do edifício se conectam através de uma “escultórica escada flutuante.” Os primeiros pavimentos acolhem as seções masculinas e femininas, enquanto o terceiro pavimento “abriga um espaço privado com terraço que pode ser utilizado para a realização de jantares e eventos sociais, além é claro, para atender as mais importantes celebridades com total discrição.”
Os espaços interiores foram projetados com um rigor miesiano para enfatizar a qualidade escultural energética do projeto de Gehry. O cubo branco da base do edifício flui em sua materialidade do interior para o exterior e vice-versa. O dinamismo deste volume retangular contrasta fortemente com a sinuosidade barroca dos elementos de vidro projetados por Gehry. -- Peter Marino.
A cobertura do edifício, com seu terraço coberto de vidro, abrigará o chamado Espace Louis Vuitton Seoul, um espaço expositivo itinerante, onde oito esculturas emblemáticas de Giacometti serão apresentadas na exposição inaugural. Com curadoria de Peter Marino, objetos de arte se mesclam com os móveis desenhados especialmente para a loja, criando uma experiência única, onde o ambiente de compras funciona também um museu de arte. Algumas das obras apresentadas foram desenvolvidas por Mark Hagan, Marcello Lo Guidice, Brendan Smith, Luigi Mainolfi, Martin Kline, Harmony Hammonds, Bernard Aubertin e Anselm Reyle, obras que “proporcionam elementos de cores vibrantes, posicionados estrategicamente ao longo dos espaços da Maison Louis Vuitton.”